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quinta-feira, 28 de março de 2019

Carta aberta para todos os que não se sentem muito bem com eles

Não, não sou linda. Não sou esbelta e delineada como gostaria de ser. Tenho alguma vergonha do meu corpo. Tenho estrias. Tenho celulite. Tenho aquela gordurinha na anca que preferia perder. Tenho as coxas demasiado grandes para caber num 36. Tenho pneuzinhos que me acompanham e que preferia não ter. Sou gulosa, bastante. Sou preguiçosa para ir ao ginásio. Até para fazer uns abdominais só vou se for puxada pelos pés. Sou mais branca do que a branca de neve algum dia foi e confesso que não me sinto bem com isso.

Não sempre tenho as melhores atitudes. Nem sempre sou a fada do lar. Sou desleixada mesmo. Sou incoerente e chata, por vezes. Rio-me alto demais, falo alto demais e sou exigente demais para os padrões da sociedade. Devia beber mais água e comer menos chocolates. Devia comer mais fruta e devia, sem dúvida, deixar os meus donuts e as batatas fritas.

Tenho complexos comigo, mas não sonho ser capa de revista. Não me dei o devido valor durante anos e deixei que me espezinhassem quando não devia. Fui vista sempre como o elo mais fraco, quando na verdade sou das pessoas mais fortes que conheço. Não gosto de modas, nem as sigo. Sou como sou. Uso sandálias e camisolas de manga comprida. Sou aquela que em pleno verão anda de calças justas e pretas.

Sim, esta sou eu. Com mais ou menos problemas do que tu. Mais ou menos defeitos do que tu. Mais ou menos alegria do que tu.

Há uma coisa que vais ver sempre em mim. Um sorriso. Mesmo na hora mais negra da vida vou sorrir. Chorar, choro sozinha. Como te disse anteriormente, não sou perfeita e tenho problemas, mas não sei se os meus serão mais graves do que os teus. Não sei se enquanto choro não vais estar a chorar também por motivos muito piores. Durante anos, achei que os meus problemas eram os piores do mundo. Ao longo do tempo, fui-me apercebendo que só não existe cura para a morte. Ainda. Sim, sou das pessoas que acredito que ainda se vai inventar uma cura qualquer que nos permita viver até aos 500 anos, mas essa não é a questão de hoje.

A questão de hoje é aceitares-te tal como és. Porque eu tenho aprendido a fazer isso.

As estrias são minhas, a celulite é minha e faz parte daquilo que sou enquanto pessoa.

A aceitação do nosso corpo é muito importante para vivermos felizes. Eu estou-me a aceitar e tu? Vais ficar aí a lamentar ou vais levantar essa cabeça linda, enxugar essas lágrimas e lutar por ti?

conta-me tudo, se quiseres :)

Quando a inspiração falha...

Pois é. Já me aconteceu. Já aconteceu a cada um de vós. Num minuto inspirados e no seguinte, puff.... Não sabem o que escrever. Nem como o ...